segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ciência Social - 2



16-) Observe os quadrinhos abaixo:


Assinale a alternativa que não retrata uma interpretação correta sobre os quadrinhos:

A) Analisando o conteúdo da fala das duas personagens, pode-se afirmar que o crescimento dos cursos superiores implica conseqüências práticas diferentes para cada uma delas.

B) Os detalhes expostos nos cenários em que as personagens se inserem reforçam o que está afirmado nos respectivos textos verbais.

C) No quadrinho da direita, está pressuposto que a necessidade de trabalhar da personagem reflete uma situação de desagregação familiar.

D) Embora seja evidente a diferença entre a classe social das duas personagens, a variante lingüística utilizada por elas não reforça essa oposição.

E) Ao iniciar os dois textos da mesma forma, o autor dos quadrinhos deixa entrever certo envolvimento dos dois jovens com a família.

16-) Resp. C
Não é verdade que o fato de a personagem trabalhar reflete uma situação de desagregação familiar, já que o modo como ela se despede do pai sugere respeito e consideração.

17-)
Imagem I

"Antônio Conselheiro”, Carybé

Imagem II

“Antônio Conselheiro”, artista anônimo

Considerando o padrão cultural-artístico das duas imagens, assinale a alternativa que melhor as relacione aos fragmentos textuais de Patativa do Assaré e de Euclides da Cunha.

A) A imagem I circunscreve-se no âmbito do artesanato popular e, portanto, associa-se ao texto de Patativa do Assaré, marcado pela oralidade típica da chamada literatura de cordel; a imagem II, pela concepção artística complexa e conceitual, identifica-se com a cultura erudita, associando-se, portanto, ao texto de Euclides da Cunha.

B) A imagem I, assim como o texto I, revela uma concepção artística sofisticada e abstrata; enquanto a imagem II, bem como o texto II, apresenta uma linguagem artística ingênua e concreta, que se inscreve no âmbito da cultura popular.

C) A imagem I corresponde ao texto II, porque ambos pertencem ao universo da arte e da cultura popular, assim como a imagem II corresponde ao texto I, pois ambos representam a arte e a cultura erudita.

D) As duas imagens e os dois textos pertencem ao universo da arte e da cultura popular, pois a obra do escritor Euclides da Cunha e a do artista plástico Carybé, embora representem a arte erudita, tornaram-se populares.

E) Não há como relacionar as imagens aos textos, pois cada um pertence a um universo artístico-cultural diferente. A imagem I exemplifica a cultura sertaneja popular; o texto I, a literatura erudita do cordel sertanejo; a imagem II identifica-se com a alta arte moderna européia, sem conexão com a cultura brasileira; o texto II inscreve-se no âmbito da cultura urbana e da alta literatura praticada no Brasil.

17-) Resp. A
A imagem I, de artista desconhecido, associa-se à cultura popular e se relaciona ao texto I, em virtude de sua concepção simples e ingênua; a imagem II, de artista conhecido e celebrado, identifica-se com a cultura erudita, denunciada pela concepção complexa e conceitual, relacionando-se, portanto, ao texto II.

18-) Texto para as questões 18 e 19.

A revista TPM nº 40 (p. 58) convidou a atriz Alinne Moraes para servir de guia aos jornalistas paulistanos “nas areias escaldantes das praias cariocas”. Como diz o texto, Alinne, “pra virar uma carioca autêntica, só falta deixar de chamar padaria de padoca”.

Vejamos um dos passeios que a atriz recomenda a quem vai ao Rio de Janeiro:

Mesmo sendo longe da minha casa, sempre que posso vou ao Cine Odeon, no Centro, para uma sessão de cinema. Lá, tudo é especial: a pipoca parece mais caseira, o cinema tem cara de cinema, as poltronas são fofinhas, tudo com aquele glamour que só as coisas antigas têm.
Se você estiver com fome antes ou depois da sessão, aproveite que lá dentro tem uma filial do “Ateliê Culinário”, um dos meus restaurantes prediletos. Peça uma das quiches com salada. Se estiver frio, vá de chocolate quente. Coisas simples que lá são super bem feitas.
Por que o Odeon é meu cinema preferido? Sabe quando a gente sente saudades do que você não viveu?
É meio isso: lá eu tenho essa sensação. Gosto de coisas que me remetem ao passado. Sou um pouco assim com tudo.

A linguagem é uma espécie de carteira de identidade, dando informações a respeito do falante. Levando isso em conta, assinale a alternativa correta.

A) No trecho “pra virar uma carioca autêntica, só falta deixar de chamar padaria de padoca”, a revista não deixa implícito que a linguagem é um fator de identidade regional.
B) O termo “glamour” aparece destacado no texto por ser uma palavra desconhecida da maioria das pessoas.
C) A linguagem empregada no texto tem marcas de informalidade típicas da oralidade, como se nota na passagem “é meio isso”.
D) O trecho “Por que o Odeon é meu cinema preferido?” não permite dizer que o texto apresenta características do diálogo, isto é, da conversa.
E) Ao sugerir que um carioca autêntico não diz “padoca”, a revista manifesta preconceito lingüístico contra os paulistas.

18-) Resp. C. (Simulado 2005)
A passagem “é meio isso” é típica de situações informais de comunicação oral, em que não há maior rigor nem planejamento.


19-) Como ocorre com qualquer texto, esse foi escrito com determinados objetivos: toda comunicação tem uma determinada função, a linguagem nunca é usada à toa. Tomando por base o que você leu, marque a alternativa correta:

A) Ocorre no texto apenas a função referencial da linguagem: o enunciador dá informações sobre o Rio de Janeiro de forma objetiva, usando uma linguagem informal.

B) Há no texto apenas a função apelativa, como se percebe nos trechos “aproveite”, “peça”: a atriz quer convencer o leitor a visitar o Rio, usando uma linguagem informal para criar um efeito de aproximação com o público, como nos trechos “fofinha” e “super bem feitas”.

C) A única função da linguagem presente no texto é a emotiva, como se nota por meio da relação emocional entre a atriz e o espaço descrito: o efeito de subjetividade está presente no uso de uma linguagem despojada, mais próxima do leitor, e de termos como “saudades”, “preferido”, “tenho essa sensação”.

D) No texto estão presentes as funções referencial, apelativa e emotiva. A linguagem utilizada é predominantemente informal, de acordo com os trechos “fofinha” e “super bem feitas”. A construção “que me remetem ao passado”, contudo, apresenta maior formalidade.

E) Há no texto três funções: a referencial, a emotiva e a apelativa. Como se trata de um texto jornalístico, apenas a função referencial deveria ter sido explorada, para criar uma impressão de objetividade no relato. A linguagem, também, deveria ser mais formal.

19-) Resp. D
A função referencial, a apelativa e a emotiva estão presentes no texto. A primeira pode ser percebida pelo seguinte dado: o texto dá informações a quem não é do Rio sobre um lugar (o referente) que vale a pena conhecer, descrevendo-o para o leitor. A segunda, por sua vez, mostra-se claramente no segundo parágrafo: Alinne Moraes dá conselhos usando a forma imperativa (“aproveite”, “peça”). Quanto à terceira, revela-se por meio da relação emocional da atriz com o espaço: nota-se a presença da primeira pessoa (“meu”) e de palavras e expressões com maior teor subjetivo (“preferido”, “saudades”, “tenho essa sensação”). O texto apresenta o tom de uma conversa informal. O trecho “que me remetem ao passado”, contudo, é mais formal do que o restante do texto, que é marcado predominantemente por termos como “é meio isso”, “fofinhas”, etc.

20-) Analise a charge, recentemente publicada em um jornal brasileiro, e o texto, publicado no século XIX por um jornal dos Estados Unidos:
(antes)

(depois)


“O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra (...). Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. (...)
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. (...) Não sei. Nossos modos diferem dos teus. (...) De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. (...)”

(Trechos do texto publicado no Jornal Seattle Sunday Star, em 1887, por um certo Dr. Henry Smith, que afirmava ter estado presente no pronunciamento feito pelo chefe Seattle, líder dos índios duwamish, em resposta ao governo dos Estados Unidos, que queria comprar suas terras na região do atual Estado de Washington. Biblioteca do Congresso. Washington DC.)

Confrontando essas informações e considerando a evolução histórica e geográfica a que os índios da América foram submetidos, pode-se afirmar que:

A) a natureza foi completamente transformada pelo homem, mas milhões de indígenas na América vivem hoje em extensas reservas que se constituem nas melhores áreas de preservação do continente.

B) a idéia de os índios serem donos da terra e viverem em harmonia com a natureza é anacrônica, já que a modernidade, exigindo uma integração entre a humanidade e o meio ambiente, impede que ele seja apropriado apenas pelos grupos mais primitivos.

C) tanto a charge quanto o texto mostram que há uma incompatibilidade absoluta entre o modo de vida urbano e o rural, já que a ocupação do meio ambiente sempre se realiza pela apropriação da natureza e pela criação de problemas ambientais.

D) o alerta dado pelo chefe Seattle de que a agressão à natureza pode se voltar contra o homem confirmou-se pela situação concreta vivida atualmente pelos muitos índios urbanizados, o que é mostrado de forma crítica pela charge.

E) o chargista procura satirizar a situação dos catadores de lixo urbano, comparando-os com os povos que coletam recursos da natureza, a exemplo dos indígenas do passado, que dependiam da natureza, como comprova o texto.

20-) Resp. D
O texto do chefe Seattle foi exaustivamente usado, e muitas vezes distorcido, na década de 1970, pelos movimentos ecologistas, como um alerta sobre os perigos da agressão à natureza. A charge de Angeli retrata de forma clara e crítica esse processo, contrapondo a abundância da natureza do antes com o espaço urbano sujo e miserável do depois. É contraditório dizer que a natureza foi completamente transformada pelo homem e que milhões de indígenas da América vivem em extensas reservas bem preservadas. A idéia de os índios serem donos da terrra e viverem em harmonia com a natureza não é anacrônica, e a integração entre a humanidade e o meio ambiente poderia ser mais harmônica. Nem o texto nem a charge aborda a questão de uma hipotética incompatibilidade entre o modo de vida urbano e o rural. O chargista não satiriza os catadores de lixo urbano, mas mostra de forma crítica que os marginalizados das grandes e poluídas cidades industriais, ao buscarem alimentos nesse ambiente, só encontram lixo e restos, em meio à natureza degradada.

21-) O texto a seguir foi extraído de um anúncio publicitário veiculado pela Coca-Cola em 26 de abril de 2005, no caderno Sinapse da Folha de S. Paulo. Ele reproduz uma hipotética carta redigida por um aluno beneficiado pelo Programa Coca-Cola de Valorização do Jovem.



Aponte a alternativa incorreta a respeito do anúncio:

A) A ausência de datação na carta mostra que o anúncio cria uma situação irreal para conseguir condensar em um só momento as muitas transformações por que passou o aluno, tornando-as perceptíveis de maneira quase instantânea.

B) As mudanças na caligrafia são o principal efeito do programa patrocinado pelo anunciante, sugerindo que esse é o melhor indicador de que um aluno escreve bem.

C) A carta ilustra o percurso de aquisição das habilidades específicas para dominar a variante escrita da língua, atribuindo principalmente à escola a tarefa de conduzir esse processo.

D) O texto deixa implícito que uma das razões mais importantes para o insucesso escolar é a baixa auto-estima dos alunos.

E) No início da carta, o aluno escreve praticamente como se fala, sem conseguir distinguir os registros oral e escrito. No final, demonstra saber usar recursos da escrita para criar um efeito de informalidade e de coloquialismo.

21-) Resp. B
O texto deixa evidente que os efeitos do programa não se resumem às mudanças na caligrafia, envolvendo os sentimentos e a atitude do aluno em relação à escola e a si próprio. Mesmo no âmbito da linguagem, a carta ilustra mudanças muito mais significativas do que aquelas que são perceptíveis pela grafia: o vocabulário e a estrutura das frases se transformaram, aproximando-se do padrão escrito.

22-) A foto reproduzida a seguir foi extraída do Jornal da Tarde (21/07/1993, p. 12A). Foi usada para ilustrar uma matéria em que o antropólogo Roberto DaMatta se propôs o exercício de ler São Paulo, circulando pelas ruas em companhia da fotógrafa Luludi.


Examine os comentários a seguir:

I. A foto serve para ilustrar as marcas de singularidade que mostram o contraste entre o indivíduo e a paisagem urbana.

II. A ausência de detalhes nas vestimentas, o ocultamento do rosto e de praticamente todas as partes do corpo humano servem para ilustrar a perda de identidade das pessoas nos grandes aglomerados urbanos como São Paulo.

III. O chão de pedras, vazio, sem vida; a regularidade das faixas que se dispõem em linhas retas e a rigidez do corpo dão idéia de monotonia e automatismo.

IV. O cartaz com um texto escrito, colocado na frente do rosto, sugere um tipo de trabalho que dispensa a fala e a capacidade de criação do trabalhador.

É(São) correto(s):

A) apenas I e IV.
B) apenas II.
C) apenas II, III e IV.
D) apenas I, II e III.
E) I, II, III e IV.

22-) Resp. C
A leitura da foto deve levar em conta o fundo: um chão de pedras, sem variedade de cor e de formas, sem nenhuma planta ou qualquer outra forma de vida. Isso tudo sugere monotonia, falta de novidade. As linhas retas, apenas em branco e preto dão idéia de algo feito por régua, com total submissão a modelos rigidamente determinados. A figura do ser humano, sem rosto, rígida, sem movimento, com os pés juntos, só com os dedos de fora, e por fim a ausência de detalhes anatômicos sugerem a imagem de um homem submisso ao que lhe mandam, sem iniciativa e até mesmo sem voz, já que exibe um cartaz com o anúncio pronto. Ele executa o mesmo papel que um autômato. Essas considerações excluem o comentário contido em I e justificam o que se diz em II, III e IV.

23-) “Eduardo, o Bom? Bem, Dudu, nós é que julgaremos isso.”

(Charles Barsotti, em www.cartoonbank.com.)

Assinale a alternativa que melhor exprime o conteúdo da charge acima:

A) A tirania dos reis é legitimada pelo discurso religioso.
B) Os epítetos auto-atribuídos dos reis nem sempre são verdadeiros.
C) A bondade dos reis surge a partir da inspiração divina.
D) O poder político é fruto do fundamentalismo religioso.
E) A arrogância dos reis subordina o poder papal.

23-) Resp. B
O cenário da ilustração sugere a vida após a morte (na tradição cristã ocidental), numa situação de ingresso no céu ou de julgamento diante de Deus. Nesse contexto, o epíteto “o Bom” não tem sentido, pois provavelmente foi atribuído pelo próprio rei, que, aliás, é chamado pejorativamente de “Dudu”.

24-)
VOCÊ FICARIA INTIMIDADO NUMA SITUAÇÃO
Figura 1 Como está? Figura 2 E agora?

O LIVRO TEM O PODER DE MUDAR A SOCIEDADE

A propósito desse texto, são feitos os seguintes comentários:

I - A frase O LIVRO TEM O PODER DE MUDAR A SOCIEDADE traduz por meio de palavras o significado sugerido pelas figuras
II - O adolescente, ao tirar um livro de trás da jaqueta (figura 2), quebra uma expectativa criada pela figura 1.
III — A figura 2 induz uma presumível resposta negativa à pergunta E AGORA?
IV — A figura 1 sugere uma atitude de intimidação; a figura 2, uma atitude de desafio.

Sobre esses comentários, pode-se dizer que:
A) todos são corretos.
B) são corretos apenas I, II e III.
C) são corretos apenas I, II e IV.
D) são corretos apenas II e III.
E) são corretos apenas I e IV.

24-) Resp. A (Simulado 2006)
A figura 1 sugere uma situação em que o leitor poderia sentir-se intimidado pela perspectiva de ser vítima de um ato de violência, pois o preconceito cria a expectativa de que o adolescente tirará uma arma de trás da jaqueta. A figura 2 quebra essa expectativa ao mostrar, no lugar de um objeto ameaçador, um livro — objeto que não intimida e é valorizado socialmente. Assim, entende-se que “o livro tem o poder de mudar a sociedade” tanto porque é capaz de integrar um indivíduo antes marginalizado, ao fazer dele um leitor, quanto porque modifica o modo como ele é olhado.

25-)


O cartaz faz referência à “música degenerada”, termo empregado na Alemanha nazista para se referir à música que não fosse clássica e de raízes germânicas. Da mesma forma, empregava-se a expressão “arte degenerada” para referir-se aos movimentos artísticos modernistas e de vanguarda. Tal cartaz:

A) utiliza uma linguagem de vanguarda (o pôster) para criticar a música clássica.
B) identifica os judeus com os ritmos latinos e com o comunismo, todos condenáveis.
C) expressa a valorização do jazz pelos nazistas, que o viam como a única contribuição da raça negra para a cultura humana.
D) refere-se ao ideal nazista de culto ao corpo, em harmonia com o desenvolvimento espiritual através da música.
E) revela um triplo preconceito: contra os negros, os judeus e o jazz.

25-) Resp. E
O jazz é uma expressão da cultura popular de origem afro-norte-americana e tem como um dos seus principais símbolos o saxofone. O pôster refere-se explicitamente a isso, bem como aos judeus (por meio do símbolo na lapela do músico). O nazismo, calcado no nacionalismo e no racismo, rejeitava todos os aspectos aos quais a imagem se refere e defendia a cultura clássica alemã, considerada superior à dos “degenerados”.

26-) O presidente George W. Bush, em seu segundo discurso de posse, afirmou o seguinte: “É política dos EUA buscar e apoiar o crescimento de movimentos e instituições democráticas em toda nação e cultura, com o objetivo
último de pôr fim à tirania em nosso mundo.”

Frank & Ernest Bob Thaves


A irônica charge de Bob Thaves ao discurso do presidente Bush é alusiva:

A) ao respeito às decisões da ONU e de outros organismos internacionais.
B) à preservação da autodeterminação dos povos, independente da forma de governo.
C) à intervenção norte-americana em qualquer nação cujo governo ameace o seu domínio.
D) ao desejo messiânico norte-americano de apenas defender a democracia.
E) à manutenção da política isolacionista norte-americana nas crises internacionais.

26-) Resp. C
A charge ironiza o discurso do presidente George W. Bush, que tem como projeto “implantar” democracias pelo mundo — mesmo que seja por meio de intervenções militares —, impondo um modelo que atenda aos interesses do capital internacional. Nesse contexto, a democracia tornou-se complemento indispensável da economia globalizada de livre mercado.

27-) O texto a seguir reproduz um e-mail e parte da respectiva resposta, publicados na coluna de aconselhamento psicológico “Fale com ela”, da psicanalista Betty Milan. De acordo com as regras adotadas pela coluna, a mensagem eletrônica não traz identificação do remetente.

A primeira moça que eu conheci tinha 18 anos. Eu era um ano mais velho, e nós namorávamos muito bem. Eu era respeitoso, pois tenho probidade e sisudez, mas descobri que ela saía com outros rapazes. Todas as outras que eu namorei tinham defeitos que eu não tenho, fumavam, bebiam e se drogavam. Hoje, a maioria das mulheres quer ficar se alcoolizando, se drogando e até se prostituindo. Quando eu, que sou circunspecto, bizarro, sisudo, vou encontrar uma mulher correta, sem tantos defeitos e com alto grau intelectual?

O seu e-mail me obrigou a consultar mais de uma vez o dicionário. Primeiro, para saber por que você se gaba de ser sisudo, adjetivo que, na língua falada, tem uma conotação por vezes negativa. Consta, no “pai dos burros”, que sisudo é quem tem siso, ou seja, bom senso, juízo. (...)

Depois da primeira consulta, eu voltei ao dicionário para saber o que significa bizarro. No primeiro sentido, significa gentil, nobre, generoso, porém no quinto significa esquisito, e eu me disse que você talvez veja tantos defeitos nas mulheres e tão poucas qualidades por ser esquisito.
(Revista da Folha, 12/03/2006)

Aponte a alternativa incorreta a respeito do e-mail e do fragmento da resposta:

A) No e-mail predomina a função emotiva, já que o remetente usa a linguagem com o objetivo principal de criar uma imagem positiva de si.

B) A colunista dá mostras de ser uma pessoa inculta, que não conhece o sentido correto das palavras, interpretando-as de acordo com seu uso incorreto, típico da língua falada.

C) No fragmento da resposta predomina a função metalingüística. A colunista comenta as palavras selecionadas pelo remetente para desmascará-lo: ele é uma pessoa que exibe seu conhecimento de maneira esnobe, sem ajustar seu discurso à situação.

D) O remetente do e-mail intencionalmente emprega um registro excessivamente formal da linguagem para, por meio desse recurso, dar credibilidade à imagem que pretende criar de si.

E) Em sua resposta a colunista compara o sentido de certas palavras na linguagem falada e na linguagem formal, mostrando que as palavras podem gerar interpretações distintas conforme o contexto em que são empregadas.

27-) Resp. B
Ao contrário do que afirma a alternativa B, a colunista, em sua resposta, desmascara o remetente, revelando que, ao desconsiderar a linguagem falada e cotidiana, ele apenas assume uma postura esquisita, esnobe e elitista, embora se considere nobre e generoso. Em nenhum momento, portanto, a resposta dá
margem a que se considere a linguagem falada inferior à formal; ao contrário, os sentidos assumidos pelas palavras nos dois registros são considerados e confrontados, sem que se manifeste qualquer juízo de valor a esse respeito.

28-) Analise as informações que seguem: Espécie de peixe é descoberta em Santos
Pesquisadores da Universidade Santa Cecília descobriram uma espécie de peixe na zona estuarina de Santos. Classificado como Opsanus brasiliensis, o animal foi identificado após dois anos de pesquisa sobre a ocorrência das espécies na Baía de Santos e o impacto ambiental causado na vida marinha pelo porto, o maior
da América Latina. (...) O Opsanus brasiliensis pode ter vindo para o Brasil na água de lastro (que dá estabilidade às embarcações e é dispensada no mar quando necessário) de navios retirada na América Central, região de ocorrência das outras espécies do gênero. “Provavelmente chegou na forma de ovos ou larvas, caiu no
estuário e se desenvolveu”, diz [o biólogo Marcos Matheus Rotundo]. (...) “Isso mostra que ainda há muito a ser explorado no ambiente marinho”, diz o biólogo e professor da USP José Lima de Figueiredo. “Esse é um conhecimento obtido vagarosamente”.
(O Estado de S. Paulo, 6/4/2006, p. A20)

De acordo com o texto e utilizando os seus conhecimentos sobre o tema, é possível afirmar que:
A) o texto apresenta uma incoerência ao afirmar que o animal “pode ter vindo para o Brasil na água (...) retirada da América Central”, pois seu nome (O. brasiliensis) indica que essa é uma espécie nativa de nosso país.
B) o “conhecimento obtido vagarosamente” a que se refere o texto em sua última linha depende de maiores informações a respeito das linhas de navegação que passam pela costa brasileira.
C) a dispensa no mar da água de lastro carregada pelos navios tem sido um importante veículo para a disseminação de espécies aquáticas exóticas (peixes, moluscos, etc.) em todo o planeta.
D) o “impacto ambiental causado na vida marinha pelo porto” provocou mutações em ovos ou larvas de O. brasiliensis, originando uma espécie diferente daquela encontrada na América Central.
E) a demora em identificar o animal (“após dois anos de pesquisa”) indica sem dúvida tratar-se de nova espécie, que habita exclusivamente a zona estuarina da Baía de Santos.

28-) Resp. C
Muitas espécies de animais aquáticos (como artrópodes, moluscos e peixes) são transportados (sob a forma de ovos, larvas ou mesmo espécimes adultos) por meio da “água de lastro” captada pelos navios em um local e despejada em outros sítios. Assim aconteceu, por exemplo, com o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), introduzido nos estuários da foz do rio da Prata na Argentina, em 1991, por meio da “água de lastro” dos navios que fazem o comércio entre países asiáticos e a Argentina, e que daí se espalhou por boa parte da América do Sul.

29-) O logotipo dos jogos Pan-Americanos de 2007 é formado por 5 pássaros, cujas formas fazem lembrar paisagens da cidade do Rio de Janeiro.


Na sua produção, cada um dos pássaros deveria ser pintado com uma cor diferente, escolhida entre as seguintes: verde, amarelo, laranja, azul-claro, azul-escuro. Havia quantas opções diferentes de pintura desses pássaros, para a escolha do logotipo final?

A) 20
B) 32
C) 60
D) 120
E) 720

29-) Resp. D (Simulado 2007)
Imaginemos uma ordem para efetuar essa pintura: Para a escolha da cor do 1º pássaro, temos 5 possibilidades; para a do 2º, 4; para a do 3º, 3; para a do 4º, 2; e para a do 5º, apenas uma possibilidade. Pelo Princípio Fundamental da Contagem, temos: 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120

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