segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ciência Social - 3



30-)


No final de março, o jornal sensacionalista britânico The Sun publicou uma foto em que se vê o príncipe William apalpando o seio de uma brasileira, a estudante Ana Laíse Ferreira, de 18 anos. A cena foi registrada num clube noturno no sul da Inglaterra. A garota mandou a foto para o Brasil e, depois, vendeu-a para o tablóide inglês, numa negociação que, segundo o próprio jornal, pode valer milhares de libras. Num recado deixado a uma amiga no Orkut, Ana Laíse dá sua versão dos acontecimentos:

“SEM NOSASAO EU CONHECI O PRINCIPE WILLIAM ESSA QUINAT QUE PASSOU NUM CLUB ... TAVA LAH ELE NOMALMENTE TIREI FOTO C ELE E NESSA FOTO ELE TAVA C A MAO EM MEU PEITOOOOOO ... EU HJ VENDI A FOTO P O JORNAL THE SUN O MAIS FAMOSO DAQUI SEM NOCAOPOOOOOOOOOO MOH GRANAAAAAA OXE POH AMANHA TOH NOS JORNAIS DAQUI EU ELE E MINHA AMIGA CECILIA EU Q SO VIM REALIZAR UM SONHO TOH SAINDO MAIS QUE ESPERAVA KKKK SEM NOCAO JORNAIS E REVISTAS DAQUI MINHA FILHA KKKK TOH BESTAAA KKKK BJUXXXXXX.” (sic)

Ao The Sun, a brasileira deu a seguinte declaração:
“Estava um pouco alcoolizada e senti que alguém estava encostando no meu seio. Achei que não poderia ser o futuro rei, mas agora que vejo a foto não há dúvidas, porque ele está sorrindo na imagem”.

A mãe de Laíse, Maria Claudete, disse posteriormente em entrevistas que sua filha foi “ingênua” ao deixar-se fotografar com o príncipe e ao vender a imagem ao tablóide. Ela defendeu Ana dos ataques que a menina recebeu no Orkut:

“Só posso dizer que [Ana Laíse] sempre nos mantinha ciente de onde ia e com quem saía. Laíse não era de namorico, festas e badalações, e sempre convivia bem com nossos amigos mais velhos, sempre foi uma boa aluna de história, principalmente no que se referia ao Reino Unido. Acredito que procurou estudar e se divertir como todo jovem, sem perder o prumo, pois tem uma formação cristã sólida, o que tem sido motivo de agressões por pessoas de má índole.”
(Adaptado da Agência Estado e do Portal G1)

Comparando o recado que Ana Laíse deixou no Orkut para uma amiga à sua declaração ao The Sun, pode-se afirmar que

A) ambas apresentam as mesmas idéias, embora em variantes lingüísticas distintas, pois a garota se vangloria de ter saído em “jornais e revistas” da Inglaterra.

B) no recado do Orkut, a jovem demonstra euforia, o que se percebe quando se decifra a linguagem típica da internet; na entrevista ao tablóide, ela parece arrependida da foto.

C) cada texto é veiculado numa linguagem adequada à situação de comunicação, apesar de as palavras de baixo calão que a estudante emprega no Orkut serem inadequadas.

D) as gírias que aparecem no recado do Orkut, praticamente somem da declaração ao The Sun. Por isso, Ana Laíse não deveria ter empregado o adjetivo “alcoolizada”, que é exageradamente coloquial.

E) a variante lingüística usada no Orkut, com suas particularidades ortográficas, produz um efeito de sinceridade maior do que a comedida declaração ao jornal sensacionalista britânico.

30-) Resp. E
O fato de Ana Laíse ter escrito um recado, por livre e espontânea vontade, a uma amiga e o emprego da linguagem típica de bate-papos virtuais produzem, realmente, uma impressão de franqueza, um efeito de verdade. A polida declaração ao The Sun, em que a menina diz que “estava um pouco alcoolizada” (em vez de “bêbada”, por exemplo), não gera o mesmo efeito.

31-) A mãe de Ana Laíse afirma que sua filha “tem uma formação cristã sólida, o que tem sido motivo de agressões por pessoas de má índole”. Considerando o que se entende, comumente, por “formação cristã sólida”, assinale a alternativa que contenha uma expressão do recado do Orkut que não esteja desdizendo a mãe:

A) EU CONHECI O PRINCIPE WILLIAM ESSA QUINAT
B) ELE TAVA C A MAO EM MEU PEITOOOOOO
C) SEM NOCAOPOOOOOOOOOO MOH GRANAAAAAA
D) TOH SAINDO MAIS QUE ESPERAVA KKKK
E) JORNAIS E REVISTAS DAQUI MINHA FILHA KKKK TOH BESTAAA

31-) Resp. A
A postura da estudante brasileira no Orkut não parece muito compatível com uma “formação cristã sólida”, pois ela se vangloria de ter ganho dinheiro e fama com o deslize do príncipe. A única passagem que não contradiz a mãe é a que foi reproduzida na alternativa A.

32-)


Considere as seguintes afirmações sobre os elementos visuais e verbais da charge:

I. Um dos elementos que garante o efeito de humor da charge é a semelhança fonológica e semântica entre as expressões “um aparte” e “uma parte”.

II. A frase do deputado, em que este determina o próprio aumento salarial, funciona como uma crítica à situação vivida no Brasil pelas câmaras legislativas, cujos integrantes deliberam sobre os próprios vencimentos.

III. As roupas utilizadas pelas três personagens são indicativas de sua posição social, embora não contribuam decisivamente para o sarcasmo da charge.

Está correto o que se afirma:
A) apenas em I.
B) apenas em II.
C) apenas em III.
D) apenas em I e II.
E) em I, II e III.

32-) Resp. D
As expressões “um aparte” (que designa um “comentário com o qual se interrompe um discurso”) e “uma parte” (que, no contexto, remete a uma fração do salário de um deputado) de fato apresentam semelhança sonora e semântica. Elas contribuem para o efeito de humor da charge, na medida em que, enquanto uma personagem — que, pela roupa, pela postura e pela linguagem, parece ser deputado também — solicita um tempo para fazer uma breve observação, a outra — que, pela roupa, pela postura e pela linguagem, parece ser um trabalhador assalariado comum — pede um empréstimo ao palestrante, como se seu colega também o houvesse solicitado. Além disso, há uma crítica implícita ao fato de os deputados deliberarem sobre o próprio salário, o que se infere a partir do pronome pessoal com que o primeiro balão se inicia: “E o meu salário passa a (...)”. Essas observações justificam a indicação de que apenas as proposições I e II estão corretas.

33-)



33-) Resp. D (Simulado 2008)
Os dois retratos correspondem a diferentes convenções artísticas, renascentistas no primeiro e cubistas no segundo. Desse modo, ambos instituem as suas próprias conceituações do belo. Dizer que um dos quadros é belo e o outro não, é uma opinião válida, mas que não leva em conta a diversidade de representações inerente à história das manifestações artísticas.

34-)



34-) Resp. (Enem 1998)
Embora a alternativa correta aponte afirmativas verdadeiras, devemos destacar que a V não atende o pedido do enunciado, pois em nenhum momento a leitura do texto permite que se compreenda que as sedes das empresas transnacionais mencionadas são os EUA, a Europa Ocidental e o Japão.

35-) Resp. E.
A questão opera com conhecimento dos conceitos de “reflexividade” e “reciprocidade”. No primeiro caso, a ação parte de “A” e afeta “A”. O “se”, então, significa “a si mesmo”. No segundo caso, a ação parte de “A” e afeta “B”; parte de “B” e afeta “A”. O “se” pode ser substituído por “um ao outro”.
Considerando tais informações:
• em I, o pronome “se” indica reciprocidade: Eu gosto do Natal porque as pessoas amam muito mais “umas às outras”;
• em II, indica reflexividade: Quer dizer que você ama muito mais “a si mesma” no Natal? Essa interpretação vem confirmada pela passagem “Você nem imagina o quanto eu me amo no Natal!”;
• em III, reflexividade: Por que será que as pessoas amam muito mais “a si mesmas” no Natal?

36-) Resp. E
I – Correta. Se a sílaba tônica fosse o segundo PA, a palavra seria uma paroxítona terminada em ditongo. Ora, toda palavra paroxítona terminada em ditongo deve ser acentuada. Logo, a grafia PAPÁLIA seria realmente a correta.

II – Incorreta. O erro não está na afirmação da existência do hiato i-a, caso a tônica fosse LI. O erro está em exigir o acento no í. Com efeito, nos hiatos, o i só deve ser acentuado quando é a segunda vogal (como acontece, por exemplo, em sa-í-da), e não a primeira.

III – Correta. Se a sílaba tônica for LI, a escrita correta realmente será PAPALIA. No caso, teríamos uma paroxítona terminada em a. Ora, não se acentuam paroxítonas terminadas em a, como se vê, por exemplo, em fo-li-a, re-ga-li-a, a-pa-ti-a.

Nenhum comentário: